quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

5 regras de ouro em diagnóstico psicopedagógico


Olá, a Regra #5 é a mais objetiva das cinco regras de ouro, pois pontua os tópicos que devem constar em seu parecer técnico apresentando todo o desenvolvimento da avaliação diagnóstica e o que foi detectado.
Regra #5:
O parecer técnico é o laudo profissional acerca da queixa apresentada pelo cliente. A elaboração deste documento deve seguir princípios bem definidos, pois servirá de base para o plano de tratamento, também conhecido como prognóstico.
A estrutura deste documento deve conter:
1) Cabeçalho de identificação profissional
É onde geralmente vai a logomarca da clínica ou o nome do psicopedagogo, seu nº de registro profissional, endereço e telefones de contato, inclusive com site e email, quando possuir.
2) Identificação do cliente
Como não se trata de estudo de caso contando detalhes sobre o que foi conversado no ambiente de atendimento, esta parte do parecer deve constar nome, sexo e idade do cliente.
3) Elementos textuais
É o corpo do parecer, redigido em parágrafos, na seguinte seqüência
Um breve parágrafo detalhando o dia da primeira sessão e as razões apresentadas pelo cliente na busca de ajuda psicopedagógica;
Exemplo:
Aos 10 (dez) dias do mês de setembro de 2008, Nome, masculino, 23 anos, compareceu a esta clínica relatando problemas de dificuldade na retenção de conteúdo alusivos a matérias exatas como física e matemática. (acrescente detalhes marcantes como tiques nervosos, comportamento agressivo ou passividade exagerada).

Um parágrafo para cada sessão realizada detalhando o início, meio e fim da sessão, suprimindo apenas os pormenores do diálogo psicopedagógico, daí a importância de se utilizar e arquivar as Fichas de Registro de Sessões. Veja modelo no blog www.sopensardf.blogspot.com.
Exemplo:
Na primeira sessão iniciou-se anamnese psicopedagógica e entrevista para verificar como se deu a evolução da aprendizagem nos primeiros anos de escola. NNN (Siglas do nome) demonstrou irritação ao falar da professora de matemática em um episódio da 5ª série. Solicitei que representasse exatamente como foi o episódio e NNN recusou-se. Ao final da sessão combinamos que na próxima sessão NNN faria comparação entre a professora de matemática da 5ª série com a professora de matemática da faculdade. NNN concordou e encerramos a sessão.
Na segunda sessão....
Na terceira sessão...
Na quarta sessão...
Na décima primeira e última sessão...
Obs: É durante as sessões que são solicitadas os testes e exames complementares, devendo tais testes e exames serem relatados, bem como seus resultados e a identificação dos profissionais que os realizaram, inclusive com o número do registro profissional do especialista.

O penúltimo parágrafo é a sua avaliação, o seu parecer técnico propriamente dito.
Exemplo:
De acordo com as entrevistas e interações efetivadas durante as XX sessões observou-se tais e tais componentes que poderiam estar provocando bloqueio ou impedimento na retenção do conteúdo, conforme queixa inicial de NNN. Diante disso, solicitei aplicação de teste de matrizes progressivas, cujo laudo foi “resultado”, conforme assina a psicóloga fulana de tal, CRP 00000/DF, estando em consonância com o laudo médico do Doutor fulano de tal, cujo laudo foi “laudo”. Desta forma parece-me que NNN é vítima de estresse e ansiedade provocados pela lembrança do evento em que foi ridicularizado diante de seus colegas enquanto cursava a 5ª série do ginásio, em 2000. De acordo com Guimarães (1973, p.25) e Rossi (1997, p.44) tanto o estresse quanto a ansiedade podem prejudicar a assimilação de informações, haja vista o aumento no consumo de glicose pelo organismo, prejudicando a atenção e, por conseqüência, a função mnemônica do cérebro.

O último parágrafo você sugere as ações recomendadas para solução do problema identificado.
Exemplo:
Considerando os fatores identificados como elementos inibidores da aprendizagem em NNN, recomenda-se a realização de exercícios anti estresse, bem como o aprendizado de técnicas de respiração, associado com psicoterapia breve de inspiração psicanalítica para elaboração das lembranças traumáticas e, por conseqüência, a dissipação de suas conseqüências, podendo favorecer o processo de aprendizagem alusivo às matérias de exatas.

Cidade/UF, dia, mês e ano.

Assinatura e carimbo do psicopedagogo.
4) Elementos pós-textuais
É comum, mas não obrigatório, anexar ao parecer cópia das cópias dos laudos médicos e psicológicos, entre outros exames e testes realizados.
Lembre-se:
- Mantenha sempre o prontuário de seu cliente, para futuras consultas ou para a própria elaboração de pareceres técnicos quando solicitados pelo cliente ou por seus responsáveis;
- Mantenha sempre sigilo do conteúdo específico tratado no ambiente de atendimento;
- Testes e exames podem ser considerados documentos e, por isso, proibida sua retenção. Solicite sempre uma cópia e devolva os originais ao cliente.
Longe de querer esgotar o assunto, sugiro que leia mais sobre os temas tratados na série “5 Regras de Ouro em diagnóstico psicopedagógico”. Você pode adquirir livros específicos consultando a sessão “Dicas de Livros” em www.chafic.com.br
Espero que as dicas tenham sido de alguma utilidade para você e me coloco à disposição para outros esclarecimentos, além de disponibilizar suporte profissional através do Kit consultoria que ofereço. Para mais informações envie email.
Dentro de alguns dias estarei disponibilizando novas dicas sobre atendimento psicopedagógico. Solicito que não descadastre seu e-mail nesta última dica, a menos que tenha certeza que o que temos a compartilhar com você não acrescentará nada em sua vida pessoal ou profissional. Obrigado pela sua permanência!
Até breve!
Chafic
chafic@chafic.com.br
www.chafic.com.br
Você já conheceu meu site, agora conheça os blogs que edito sobre:

Aprendizagem:
www.guiadeaprendizagem.blogspot.com
Artigos educacionais:
www.chaficjbeili.blogspot.com
Psicanálise freudiana:
www.psicopedagogica.blogspot.com
Iris diagnose:
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Clínica multidisciplinar:
www.sopensardf.blogspot.com


O cerne da arrogância é sempre também ignorância
O que se aprende na escola deve aparecer na vida

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