sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar

PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar
Maria Lúcia Lemme Weiss

WEISS, Maria Lúcia Lemme
Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar
Maria Lúcia Lemme Weiss – 11. ed ver. e ampl. – Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

Originalidade absoluta?
Não existe. Nem na arte nem em nada.
Tudo se constrói sobre o anterior, e em
nada do que é humano se pode encontrar a pureza.

UM POUCO MAIS SOBRE APRENDIZAGEM.... Paulo Coelho – O alquimista

Prefácio
Introdução
Aspectos básicos do diagnostico psicopedagógico
Diagnóstico: o primeiro contato telefônico
A queixa
Primeira sessão diagnóstica
Anamnese
Uso do lúdico no diagnóstico psicopedagógico
Avaliação do nível pedagógico
Uso de provas e testes: (diagnóstico operatório- testes psicometricos- técnicas projetivas)
Uso da informática no diagnóstico psicopedagogico
Informe psicopedagogico
Diagnóstico por equipe multidisciplinar
Consultório
Anexos

Prefácio:
[...] O exercício da Psicopedagogia não é para quem quer; é, sobretudo, para quem pode. Não basta o domínio teórico, mas uma percepção refinadamente seletiva e critica. capacidade de juntar e processar saberes, na medida de cada caso, para dar conta de cada um. A isto há que se somar a saúde emocional do psicopedagogo, sua capacidade de transitar entre as complexas relações familiares, muitas vezes em famílias em processo de reorganização, e identificar as possíveis saídas (p.11)
[...] Nada mais necessário do que sabermos que nossa atuação na sala de aula pode levar a uma desastrosa desorganização mental e emocional do aluno. Nossas relações, nossa cobrança – muitas vezes incompatível com a maneira de ensinarmos; nossa linguagem e modo de explicar, com freqüência são os verdadeiros responsáveis pelo fracasso do aluno (p.12)
Introdução:
[...] A não-aprendizagem na escola é uma das causas do fracasso escolar, mas a questão é, em si, bem mais ampla. Considera-se fracasso escolar uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Mas essas questões devem ser analisadas e estudadas por diferentes perspectivas: a da sociedade, a da escola e a do aluno. A primeira perspectiva, a da sociedade é a mais ampla e que de certo modo permeia as demais no tipo de cultura, as condições e relações político-sociais e econômicas, estrutura social, ideologias dominantes e as relações explicitas ou implícitas desses aspectos com a educação escolar. Não se podem desconsiderar as relações significativas existentes entre a produção escolar e as oportunidades reais que possibilita as diversas classes sociais. Na maioria das vezes faltam-lhes oportunidades de crescimento cultural, de rápida construção cognitiva e desenvolvimento da linguagem que lhes permita maior imersão num meio letrado, o que por sua vez, facilitará o desenvolvimento da leitura e da escrita (p.14)
[...] Três irmãos (9,8 e 6 anos) se matricularam juntos pela primeira vez na vida, em classe de alfabetização de uma escola pública(março). Já no mês de junho eram encaminhados para diagnostico em clinica comunitária porque não conseguiam caminhar na alfabetização. A escola nada questionou em relação á profunda “carência social” dessa família de migrantes que chegava ao Rio de Janeiro fugindo de outra miséria pior. De imediato culpou os três alunos alegando que deveriam ter um problema físico-familiar para não aprender. Foi provado pelo diagnostico, a absoluta normalidade dessas crianças e a necessidade de a escola “rever-se” (p.15)
[...] A segunda perspectiva diz respeito á analise da instituição escola, em seus diferentes níveis, como sendo a maior contribuinte para o fracasso escolar de seus alunos. A escola não é isolada do sistema socioeconômico, mas pelo contrario, é um reflexo dele. Portanto a absorção de certos conhecimentos pelo aluno dependerá, em parte, de como essas informações lhe chegaram, lhe foram ensinadas. É preciso que o professor competente e valorizado encontre o prazer de ensinar para que possibilite o nascimento do prazer de aprender. O ato de ensinar fica sempre comprometido com a construção do ato de aprender. A má qualidade do ensino provoca um desestimulo na busca do conhecimento. Casos há em que tal desinteresse é visto como um problema apenas do aluno, sendo ele encaminhado para diagnostico psicopedagogico por “não ter interesse nas aulas” e “não estudar em casa”, baixando assim sua produção. Triste é a escola que não acompanha o mundo de hoje, ignorando aquilo que seu aluno já vivencia fora dela. Aluno que inteligentemente a questiona e que saudavelmente se recusa a buscar um conhecimento parado no tempo é visto como um “portador de problema de aprendizagem” (P.16)
[...] O aluno “descamisado”, de “pé no chão” poderá estar no mundo, desejoso de aprender “coisas modernas” que lhe darão melhores possibilidades no mercado de trabalho futuro, que lhe darão uma possível ascensão social pelo conhecimento que possuir. Vários casos e experiências comprovam que a origem do fracasso na produção escolar esta na má condução do processo de ensino (p.17)
[...]




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