F.P.C., 26 anos, atualmente cursando a primeira série do Ensino Médio, através de supletivo de um Centro Integrado de Educação do Trabalhador na cidade de Biguaçu, SC.Chegou a esta unidade de ensino com os seguintes dados.A aluna citada iniciou vida escolar aos seis anos, quando foi matriculada na Pré-Escola de uma Instituição Pública Municipal, permanecendo até meados da terceira série do ensino fundamental, quando ocorreu a primeira desistência.Vinda de uma família de dez irmãos sendo que ela nasceu após o oitavo filho homem. Esta família possui três pessoas ainda analfabetas.Questionada sobre os possíveis motivos que levaram-na à desistência, nos relatou que não observou nenhum tipo de vontade e disposição dos professores em ajudá-la. Os professores apenas cobravam muito lhe apontando somente os erros.Com isso perdeu o gosto pela escola, ficando fora dela por oito anos.Quando completou 18 anos resolveu por conta própria, terminar a terceira e quarta série para então iniciar a quinta série.Conseguiu terminar estas duas séries com bastante dificuldade no sistema de supletivo gratuito, oferecido pela prefeitura municipal.Segundo F.P.C., sempre teve muita dificuldade em escrever e falar certas palavras, o que, mais uma vez fez com que não seguisse seus estudos. A classe do supletivo era muito diversificada e os professores não atendiam individualmente os alunos. Cada aluno tinha um problema e uma idade diferente, além do grande número de alunos numa mesma sala.Voltou a estudar em agosto de 2003, através do programa de uma empresa do bairro onde reside que oferece educação aos seus funcionários e (quinze) vagas para os familiares destes mesmos funcionários.Dentre estas quinze vagas oferecidas F.P.C. conseguiu matrícula na quinta série.Como desenvolvo trabalho de acompanhamento aos funcionários com dificuldades de aprendizagem,nesta empresa, recebi esta aluna em agosto de 2003, aos 25 anos de idade, apresentando as seguintes características:Durante a entrevista inicial, parte integrante do processo de matrícula, foram observados os seguintes aspectos.Falava e gesticulava concomitantemente, não conseguindo permanecer sentada, por isso a entrevista foi realizada de pé (eu e a aluna).Havia pouca coerência entre as perguntas e as respostas que lhe eram conferidas, por conta disso, a entrevista passou a ser um bate-papo, para poder obter o maior número de informações possíveis.Bastante motivada para o reinício dos estudos, parecendo querer agarrar com as próprias mãos aquela chance.Percebi na aluna, muita dificuldade em se expressar e formular opiniões próprias. Denotando que as frases já estavam prontas.Sua aparência pouco cuidada, apresentando arcada dentária com dentes sobrepostos, porém sem processos de cárie aparente, apesar da forte halitose.A estatura era mediana e de corpo bem feito, e vestimenta sem vaidades. Não utilizava nenhum tipo de maquiagem e os cabelos lisos e presos demonstravam uma aparência envelhecida. A postura apresentava-se voltada para frente e com ombros caídos, denotando uma aparência de recolhimento. Pés e mãos castigados pelo trabalho doméstico confirmado pela aluna posteriormente.Esta aluna não olhava nos meus olhos quando respondia ou se referia a qualquer outro assunto. Demonstrava um olhar triste coberto de mistério que eu teria que descobrir para poder saber como trabalhar dali para frente.A auto-estima estava bastante comprometida, pois segundo a aluna, ela não era ninguém. Não trabalhava, não estudava, não ganhava nenhum tipo de auxílio financeiro e isso a deixava numa situação de impotência muito grande diante da vida.Seria meu primeiro grande desafio como psicopedagoga e por este motivo esta descrição possui características de "estudo de caso".
ENTREVISTA COM A PROFESSORA DA PRÉ-ESCOLA:
Segundo a referida professora, a aluna nasceu depois de oito filhos homens e após cinco anos, nasceu sua outra irmã. Esse fato fez com que sua mãe, que na época possuía um pequeno comércio, deixasse esta aluna por conta dos irmãos para poder cuidar mais da pequena que tinha nascido e que necessitava de mais cuidados.Esta aluna foi cuidada mais pelos irmãos, o que com certeza não herdou nenhum dom de vaidade.Segundo esta professora a aluna nunca foi uma criança bonita, ao contrário da irmã que nasceu loira, cabelos cacheados e bem "fofinha"... Foi cuidada como uma princesa.A aluna sempre ficou de fora de tudo. Nunca tinha lugar para ela.Quando chegou a idade de seis anos e foi para a pré-escola, se apegou muito a esta professora, pois via nela uma mãe.Na pré-escola, neste período, o atendimento às crianças era voltado apenas para as brincadeiras, não existia ainda uma pré-alfabetização.Esta aluna brincava, porém falava pouco e quando falava, o pouco que pronunciava, era de forma incorreta, causando assim muitos deboches por parte dos colegas.A professora não sabia como lidar com isso.O relacionamento era difícil e o acompanhamento individualizado não se fazia, pois em cada turma tinham 30 crianças e sem auxiliar de sala.A aluna sempre foi carente afetivamente, o que fez com que ficassem tão apegadas até os dias de hoje.
ENTREVISTA COM A PROFESSORA DA TERCEIRA SÉRIE (PRIMEIRA DESISTÊNCIA)
Hoje, esta professora que está com 62 anos nos relata que F.P.C. quando chegou para estudar na terceira série, já vinha com história de criança pouco expressiva e que aprendia com dificuldade.Sempre foi um criança quieta, meiga e carente afetivamente. Muito "atrapalhada" na hora de falar e, principalmente na hora de expressar sentimentos.Sempre fez muitos gestos com as mãos, parecendo que queria completar seu pensamento.Sempre foi muito "fraca" na matemática.Como a cidade é pequena e naquele tempo todos se conheciam, segundo esta professora, a mãe da aluna sempre a tratou bem e nunca descobriu porque a filha era tão diferente e tão sem iniciativa.A irmã de F.P.C. também foi aluna desta professora e, segundo a mesma, sempre foi muito esperta e aprendia com facilidade e também era muito "bonitinha".Para esta professora o fato que talvez tenha desanimado F.P.C. foi os deboches dos colegas, sempre presentes diante de algo que ela não conseguia pronunciar.
ENTREVISTA COM A MÃE:
Para a mãe de F.P.C., o nascimento da filha causou grande alegria para toda família. Nasceu de parto normal,sem intercorrência e em maternidade (Florianópolis).Nascida após oito filhos homens, foi bem recebida por todos.Segundo a mãe, F.P.C. sempre foi uma criança "diferente" das outras. Não gostava de sair de casa e somente passou a sair quando sua irmã teve idade para tal.A mãe não sabe a quem a filha puxou, pois "não puxou a ela não!".A irmã dela é bem diferente! Decidida!F.P.C. não toma decisões, mesmo para tarefas do dia-a-dia, tais como: Se o tempo está feio, ela não lembra que tem que recolher a roupa e se recolhe deixa em qualquer lugar, não lembrando que precisa dobrar ou passar. Se a filha está com febre, sempre espera que alguém diga que é para levar ao posto.Quando assiste televisão, esquece do mundo. Não gosta de cenas fortes e se emociona com facilidade.Apega-se muito as pessoas que demonstram algum tipo de atenção, principalmente aos namorados que acabam desaparecendo sem ela saber porque.Teve desilusão amorosa em seu primeiro casamento "apanhava muito", "o cara era drogado" e quando faltava a droga ele ficava violento.Aos sete meses de gravidez foi internada para "segurar a criança". Quando o bebê nasceu tudo continuou da mesma forma e ela decidiu, morar com os pais, onde permanece até hoje (fazem quatro anos).
ENTREVISTA COM O PROFESSOR DE INFORMÁTICA, ONDE A ALUNA INICIOU UM CURSO BÁSICO QUE TEVE INÍCIO EM FEVEREIRO DE 2004, COM TÉRMINO PREVISTO PARA DEZEMBRO DE 2004.
Quando cheguei à escola de informática, me identifiquei e solicitei uma conversa com o professor D. Prontamente ele me atendeu, então disse que era sobre uma aluna que eu estava acompanhando desde agosto de 2003 e que agora estava cursando informática naquela escola.A princípio, demorou para reconhecer quem era, depois de tantas características conseguimos conversar sobre F.P.C.Informei a ele sobre a história estudantil da aluna e suas dificuldades e que eu estava fazendo uma pesquisa sobre um provável diagnóstico de "dislexia".Ele nunca ouviu falar sobre o assunto, porém se propôs a auxiliar no que fosse necessário.Marcamos um novo momento para trocarmos informações e eu fiquei de levar livros e textos que tratam e conceituam a dislexia.A entrevista foi numa quinta feira à tarde e na sexta seria a primeira avaliação do curso. Solicitei um acompanhamento diferenciado e, se possível não expor a aluna a nenhum tipo de constrangimento diante da turma (de adolescentes).Não poderíamos deixar acontecer nenhum outro tipo de desistência na caminhada estudantil desta aluna.Depois da avaliação na sexta-feira, a aluna procurou-me dizendo que foi bem na avaliação e que o professor foi bastante atencioso e deu um computador só para ela, o que facilitava na hora das orientações.Na semana seguinte levei todo o material sobre dislexia que eu havia pesquisado e agradeci a forma com que ele está conduzindo a aprendizagem desta aluna.Coloquei-me a disposição para qualquer outro tipo de orientação que se fizer necessária.Na semana seguinte a aluna me liga e dizendo que sua nota foi 9,5(nove vírgula cinco). Percebi a felicidade e a realização da mesma.
PROCEDIMENTOS, TRATAMENTOS E ENCAMINHAMENTOS:
De acordo com as informações coletadas e de acompanhar F.P.C. há quase um ano, alguns sintomas, dados e queixas me chamaram atenção:
- O fato de ter nascido depois de oito irmãos homens e mesmo assim apresentar grande carência afetiva;- A comparação clara e declarada de toda família e professores com relação à irmã que nasceu depois;- Baixa estima;- Consecutivos fracassos escolares e afetivos;- A mãe se isentando da culpa todo o tempo e cobrando uma postura mais decidida da filha diante da vida;- História de violência sofrida no casamento;- As dificuldades de relacionamento;- As dificuldades em se expressar;- Os gestos com das mãos, constantes e relatados pelos professores entrevistados também;- A dificuldade de pronúncia de algumas palavras, termos ou expressões;- A dificuldade de leitura;- A dificuldade de concentração;- A dificuldade de assimilação;- Grande tendência para as emoções;- Carência afetiva, também relatada pelas professoras;- Sofrimento pelos deboches sofridos durante a vida;- Sofre de várias dores pelo corpo, de acordo com o estado emocional do momento;- Vocabulário pobre;- Escrita com muitas trocas ortográficas;- Caligrafia desordenada;- Desatenção e dispersão;- Desorganização;- Dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita.
TRATAMENTOS, ENCAMINHAMENTOS E RESULTADOS APÓS 10 MESES DE ACOMPANHAMENTOS:
Para darmos início ao processo diagnóstico necessitamos principalmente conceituar "dislexia": Para MORAIS, (2003. p.77) a palavra dislexia "é um termo que se refere às crianças que apresentam sérias dificuldades de leitura e, conseqüentemente de escrita, apesar de seu nível de inteligência ser normal ou estar acima da média". Outra descrição para o termo "dislexia vem do artigo publicado no site "Pedago Brasil" pelas educadoras FABRÍCIO e DE SOUZA, (2004, p.3), onde podemos observar a dislexia como sendo uma "pertubação na aprendizagem da leitura pela dificuldade no reconhecimento da correspondência entre símbolos gráficos e os fonemas, bem como na transformação de signos escritos em signos verbais".Ainda, o dicionário Houaiss de Língua Portuguesa nos oferece um outro conceito diferenciado: "dificuldade para compreender a leitura, após lesão do sistema nervoso central, apresentada por pessoa que anteriormente sabia ler".Por último, devemos conhecer o sentido da própria palavra "dislexia": Vem do grego DUS = difícil, dificuldade; e LEXIS = leitura (do latim) e/ou linguagem (do grego). Resumindo: DISLEXIA = distúrbios da linguagem.
Diante dos dados coletados e dos sintomas apresentados iniciamos um tratamento enfocado principalmente no resgate da auto-estima, criação de um vínculo e encontrar caminhos para retomar o interesse pela aprendizagem.Os momentos de acompanhamento geralmente são em sala de aula onde a aluna estuda. Os horários inicialmente foram em média de duas horas por dia com dois encontros semanais e atualmente um encontro semanal de uma hora.O trabalho foi realizado de forma centralizada no resgate do indivíduo enquanto pessoa necessária e útil à sociedade, à família e à escola.Durante cerca de seis meses do tratamento foram promovidas atividades de colagem, pesquisa em dicionário, textos reflexivos, sempre voltados para a realidade da aluna.A folha onde os textos eram realizados foram sempre acompanhados de gravura colada e era fornecido uma caneta bonita, pois segundo um aluno formando no Ensino Médio do Colégio Graphein(1) de São Paulo em seu discurso de formatura:"aqui no Colégio Graphein aprendi que necessito sempre pensar para escrever e preciso também de um papel e uma caneta bonita para emoldurar meu texto".Foram e são vários os textos produzidos pela aluna, onde o vocabulário inicialmente em fase de amadurecimento, torna-se com o passar dos encontros, textos bem trabalhados, com poucas trocas silábicas e, principalmente expressando sentimentos e momentos de sua vida cotidiana. Inicialmente, os textos eram realizados como tarefas para casa e os resultados eram textos copiados de livros e enciclopédias e feitos por pessoas da família por solicitação da mesma.Mudei o procedimento e aproveitei os momentos das aulas para solicitar as atividades. Os encontros ficaram mais verdadeiros e os resultados apareceram. Os primeiros textos sobre sentimentos e angústias, vividos pela própria aluna, como podem ser observados em anexos.Trabalhamos com desenhos, colagem, fotos, gravuras, mapas, dicionários, livros diversos e o computador no Microsoft Word para produção de textos.Analisando constantemente os textos apresentados, observamos trocas constantes nos "d" pelo "t" e nas sílabas "dra" e "tra" e muita dificuldade em pronunciar algumas palavras também me chamaram atenção.Partimos agora para trabalhar com vocábulos, silabas e fonemas que, preferencialmente continham as letras de troca. Foram realizados diversos ditados e na medida que os encontros iam acontecendo notava-se relevantes avanços.Acrescentamos também diversas palavras novas ao vocabulário anterior. Fazíamos exercício de repetição juntamente com a aluna. Ex. A palavra "filosofia" é pronunciada "fisolofia". Mediante os exercícios de repetição, de forma criativa e conceituada foi sendo assimilada gradativamente.Em todo encontro é fornecida uma lista de cinco palavras novas, onde os termos são lidos por mim que solicito a aluna que os pronuncie também. Como tarefa extra-classe, a aluna pesquisará o significado de cada palavra, e exercitará a pronúncia. Ex: Conectado, dislexia, psicopedagogia etc. No encontro seguinte, a aluna vem toda feliz com a aprendizagem da pronúncia, escrita e conceitos das palavras novas.Os resultados são observados nitidamente onde a aluna por iniciativa própria, está inserindo as novas palavras em seu vocabulário cotidiano.Realizamos, mediante aceite da aluna um encaminhamento ao Posto de Saúde para acompanhamento odontológico, do qual uma vez por semana recebe tratamento.Para que o diagnóstico seja complementado solicitei uma avaliação de um fonoaldiólogo, onde esta aluna está na lista de triagem da "Clínica de Fonoaldiologia da Faculdade Estácio de Sá".Foi aplicado um teste de "tomada de decisão" exibido na revista Veja de 14 de Janeiro de 2004, elaborado pela Psicóloga Constança Meirelles Vieira.Mediante dos resultados obtidos, a aluna se apresenta entre os quadros de tomada de decisão "mediana": observando os seguintes aspectos: Não gastar muito tempo para estudar os problemas. "O analítico vive um conflito intrigante. Inseguro, acha que deve investigar mais e mais, chegando a passar mal por isso". (modelo do teste anexo).
RESULTADOS OBTIDOS:
Observamos alguns progressos consideráveis neste período de acompanhamento junto a F.P.C., onde juntas podemos analisar alguns progressos no, afetivo, de ajuste, de decisões, de localização espacial e, principalmente de e auto-estima.
Com relação campo cognitivo a postura correta, juntas procuramos corrigir de forma agradável organização. Ao sentar frente ao computador, a postura é corrigida constantemente. fazemA cada vinte minutos levanta-se um pouco e executa-se exercícios respiratórios e exercícios com as mãos para evitar-se tendinites (inflamações nos tendões), em virtude da posição dos dedos no teclado.A aparência física teve grandes avanços. Cuida muito mais da vestimenta e ainda não arriscou a colocação de um batom, porém fez um corte de cabelo bem moderno e mudou a coloração.A caligrafia teve grande progresso, tanto na organização do texto, como nos espaçamento e parágrafos. As trocas ainda permanecem, porém, em menores proporções.Com relação às trocas silábicas, o que estamos trabalhando atualmente é a questão da organização cerebral. A aluna deverá escutar e, posteriormente, analisar o que escutou e interpretar antes de passar para o papel. Isso revela-nos grandes resultados , como podem ser percebidos em textos mais recentes.Como recursos para estes progressos de organizar o pensamento antes de passar a idéia final para o papel, tem sido acompanhado pelo uso constante do dicionário e de uma folha rascunho, a aluna vai tentando escrever a palavra de forma correta, antes da arte final. Os resultados são surpreendentes.A comunicação oral apresenta grandes modificações. A aluna hoje procura escutar mais e falar somente o necessário e de forma correta. Se ela mesma observa que está gesticulando muito, procura segurar algo ou cruza os braços, isso a deixa mais segura, segundo ela.Está escrevendo textos mais extensos e de forma dissertativa de momentos que está vivenciando, demonstrando com isso a autonomia em expressar sentimentos de forma clara e objetiva, o que não o era no início do acompanhamento individualizado.Com a conclusão do ensino médio e a provável contratação no setor de serigrafia da empresa onde estuda, à vontade de vencer e de ser alguém está cada dia mais fortificado. Ser alguém para esta aluna é poder trabalhar e ser remunerada por isso. O fato de poder auxiliar seus pais nas despesas domésticas e comprar uma "talecita" (espécie de brinquedo que imita uma cozinha) para filha, já a deixaria muito realizada.Um outro grande sonho realizado que auxiliou na auto estima foi a aquisição de um aparelho celular. Todos os membros da família (irmãos) possuíam um aparelho, menos ela. Consegui, em forma de doação, um aparelho pré-pago usado. Esta aluna ficou tão feliz que me surpreendeu. Na mesma hora, já "tomou a decisão" de procurar uma revenda para mudar o nome no aparelho, fazer a transferência e aprender como se usa. Fiquei surpresa com os resultados. Ela assimilou facilmente as informações do atendente da revenda, conseguiu com os irmãos um valor para colocar mais créditos.Assimilações: Despertador, internet, jogos, mensagens, hora, recebimento de chamadas, fazer chamadas, armazenar mensagens entre outros.Quantos aspectos cognitivos puderam ser analisados a partir de uma simples proposta.Gostaria de salientar que neste estudo, o fato do aparelho telefônico ter surgido como forma de observação foi praticamente imprevisto previamente. Não tivemos a intenção de fazer estudo algum sobre o cognitivo e sim sobre fatores de auto-estima. Aconteceu de surgir resultados nos dois aspectos e isso nos mostra que as possibilidades existem e que devemos aproveitar cada uma delas como forma de análise e aprendizagem diante de cada novo momento.A aluna foi orientada também quanto ao fato de desligar o aparelho em lugares onde não é permitido. Salas de aula, por exemplo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Ainda temos muito a aprender e nos aprofundar sobre os mistérios da dislexia. Sabemos que este estudo de caso é apenas o início de um trabalho investigatório de cunho bibliográfico e de campo de atuação.Estamos cientes de nossa imaturidade intelectual, pois estamos ainda em formação porém, temos muita vontade em sermos profissional comprometido com o sujeito enquanto necessitado de nossos acompanhamentos e orientações.Muito ainda nos resta fazer com relação e este estudo de caso em particular, porém com supervisão adequada (já estabelecida), acreditamos que vamos obter resultados consideráveis. Sendo que nos é gratificante tudo aquilo que possa auxiliar o ser em busca de seus saberes e no resgate de seus potenciais muitas vezes escondidos por detrás das cortinas da auto-estima comprometida.
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Para pensar é preciso perguntar
Na sociedade do conhecimento, num mundo globalizado, organizado em comunidades continentais como a União Européia e o Mercosul, dentre outros num congresso Latino-Americano a discussão sobre os rumos e as diretrizes dos cursos de Psicopedagogia remete a três perguntas iniciais:
1. de que curso falamos? formação superior, graduação, especialização, mestrado ou doutorado?
2. de que psicopedagogia falamos? clínica, cognitivista, sistêmica, reeducativa, epistemología convergente, analítica?
3. de onde falamos? Brasil, América Latina, Europa, Estados Unidos, Mercosul, União Européa?
A resposta ao tema não pode ser encontrada logo de pronto. O que se pretende, portanto, é tão somente tentar o desafio de uma tradução apropriada da questão que referencia o mesmo termo a perspectivas muito diferentes, buscando contextualizar distintos processos de construção de um único objeto: a psicopedagogia
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