sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Currículo do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia

ÉTICA NA PSICOPEDAGOGIA trabalhamos com a Mestra- Suzana Franco Dória

Sugestão de filmes: Sempre amigos, esse trabalhamos na introdução a Psicopedagogia.
outros filmes sugeridos e trabalhados:

A lingua das borboletas
O buraco branco no tempo
Tempos modernos
Kris na murt
Quem somos nós
Ponto de mutação
Prova de fogo
O amor é contagioso
Escola da vida



Currículo do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia

Metodologia do Ensino Superior I
Introdução a Psicopedagogia I
Metodologia da Pesquisa I
Introdução a Psicopedagogia II
Teorias do Conhecimento e Aprendizagem
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
Psicanálise e Aprendizagem
Ética na Psicopedagogia
Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem
Dinâmica das Relações Familiares e Aprendizagem
Psicopedagogia da Educação Matemática
Desenvolvimento Cognitivo e Linguagem
Metodologia da Pesquisa II
Desenvolvimento Neuropsicológico e Aprendizagem
Metodologia do Ensino Superior II
Diagnostico e Intervenção Psicopedagogica na Instituição
Diagnostico e Intervenção Psicopedagogica na Clinica
Estagio Supervisionado Escolar/Clinico

São 700 horas o curso com mais 120 hospitalar


SEM MEDO DE SER FELIZ
“Brincar é a maior expressão do desenvolvimento humano na infância e, por si só, é a expressão livre do que está dentro da alma de uma criança”.

(FROEBEL)

Quem quer brincar venha até aqui! Esse foi o convite. E assim começou a nossa aula. E como brincamos! De bola, escravo de Jô, alerta, brincadeiras de roda, brincadeiras com comando. Relaxamos o corpo, despertamos também o corpo através da música “a desengonçada”. Enfim, poderia escrever aqui todas as brincadeiras que fizeram parte desse nosso contexto e que hoje fazem parte das nossas lembranças: “o quanto brincamos e fomos felizes”.
Os antigos já sabiam a importância do brincar para o desenvolvimento integral do ser humano. Aristóteles, quando classificou os vários aspectos do homem dividiu-os em Homo Sapiens (o que conhece e aprende) Homo Faber (o que faz, produz) e o Homo Ludens ( o que brinca, o que cria). Em nenhum momento, um dos aspectos sobrepujou o outro como mais importante ou mais significativo. Na sua imensa sabedoria, os povos antigos sabiam que mente, corpo e alma são indissolúveis, embora tenham suas características próprias.
Se considerarmos que brincar é a ação do “homo ludens”, e parte do ser humano integral, que, além do desenvolvimento físico e intelectual o brincar favorece o desenvolvimento dos vínculos afetivos e sociais positivos, condição única para que possamos viver em grupo, estaremos diante do principal, senão único, instrumento de educação para a vida. Na brincadeira, a criança atua no mundo que a rodeia, interpreta-o e produz sentidos.
Para Friedman (1995), que fala da cultura do brincar, na área de estudos e pesquisas, o brincar precisa materializar-se, descer da cabeça, do âmbito cognitivo para o corpo, o âmbito sensorial, perceptual; da reflexão para a vivência. O brincar precisa desprender-se, libertar-se dos discursos, para ser resgatado na pele de cada brincante, no cotidiano do viver.
Ainda, segundo a autora o brincar precisa ser trazido da espontaneidade inconsciente à consciência do brincar como linguagem simbólica, essência ao desenvolvimento do ser humano; passar de visões mais estreitas sobre o brincar como um tempo ou um espaço predeterminados, para uma visão mais ampla do brincar permeando as práticas e, sobretudo, as atitudes do professor junto dos seus grupos: a passagem da idéia de brincar como mais uma atividade à percepção do brincar como atitude lúdica a ser assumida em todas as propostas educacionais.
Como vemos, os jogos e brincadeiras devem fazer parte do cotidiano da escola, pois é indiscutível a sua importância para o desenvolvimento das crianças. Dessa forma, a atividade lúdica deve estar presente em toda a prática pedagógica, no sentido de enriquecer e ampliar o universo físico, social e cognitivo da criança, contribuindo, assim, para a estrutura da sua personalidade.
Assim sendo, o professor deve possibilitar ao aluno a sua entrada nesse encantado mundo de possibilidades. O valor dos jogos pedagógicos é incontestável. Tanto as brincadeiras individuais quanto as grupais favorecem o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo da criança, constituindo-se num excelente auxiliar no processo de aprendizagem.
Pode-se afirmar que o brincar na condição de promotor da capacidade e potencialidade da criança, deve ocupar um lugar especial na pratica pedagógica, tendo como espaço privilegiado a sala de aula. Portanto, cabe ao professor, em sala de aula, estabelecer metodologias e condições para desenvolver e facilitar esse tipo de trabalho.
A identidade do grupo tem como resultado a integração de atividades mais amplas e profundas, como do tipo de liderança, respeito aos membros, condições de trabalho, perspectiva de progresso, retribuição ao investimento individual, compreensão e ajuda mútua, aceitação. São essas as qualidades que devem ser trabalhadas pelo professor e ele deve estar atento, principalmente, ao componente com o qual o corpo dialoga através do movimento: a afetividade. A afetividade é um valor humano que apresenta diversas dimensões: amor, respeito aceitação apoio, reconhecimento, gratidão e interesse.
Por outro lado, a psicopedagogia tem buscado entender a brincadeira como instrumento da cultura, que contribui para a construção do sujeito aprendiz. Gostaria de, resgatar aqui importantes funções da brincadeira no desenvolvimento humano. Para isso, enfatizo alguns pontos sobre os quais é possível refletir:

♦ A brincadeira oportuniza a lidar com as frustrações, com a simbolização das contradições humanas e com a superação de realidades doloridas, podendo se tornar um canal para adequação da agressividade na infância;
♦ A brincadeira é colocada como um estágio que permite aos seres humanos o exercício da socialização e do desenvolvimento da moral. Por meio das regras, latentes ou não, ela possibilita aos brincantes o exercício da convivência com grupo, as suas normas sociais e a comunicação não-verbal;
♦ A brincadeira traz a possibilidade do desenvolvimento da imaginação e da linguagem, servindo de pré-requisito para a aprendizagem da escrita;
♦ A brincadeira faz parte de um período importante do desenvolvimento cognitivo - período pré-operatório. Sua existência auxilia as crianças a assimilarem o mundo adulto, a compreenderem suas contradições e a evoluírem no desenvolvimento da lógica matemática;
♦ A brincadeira diz respeito à aprendizagem que podemos fazer, por meio dela, da ocupação do tempo livre e do desenvolvimento do tempo destinado ao lazer na vida adulta;
♦ A brincadeira pode interferir, positivamente, no desenvolvimento de movimentos corporais, contribuindo para o desenvolvimento da coordenação motora, da força, da agilidade, da velocidade, do tônus muscular e de outros aspectos físicos;
♦ A brincadeira pode aperfeiçoar a percepção, a memória, a construção de imagens, a atenção, a concentração e outros aspectos mentais necessários para a vida.
Sobretudo, a brincadeira é um instrumento que serve de ponte entre a realidade e a fantasia, permitindo ao sujeito realizar seus desejos. Para Glória Kirinus (1998), a energia criativa das crianças, que possibilita a elas fazerem de conta no jogo (ou na brincadeira), encontra a liberdade; assim, a criança pode experimentar fatos e fenômenos que não lhe foram permitidos devido ao lugar que ocupa na hierarquia familiar.
A psicopedagogia, portanto, além de trabalhar com a brincadeira e com o jogo em processo de diagnósticos ou de atendimento individual ou grupal, pode fazer uso desse recurso para o resgate do simbólico no processo de aprender dos professores, dos alunos, como também dos pais. A aprendizagem deve ser possibilitada tendo-se, também, a brincadeira como referência, pois é um elemento que se aproxima muito mais de seu jeito de lidar com o mundo do que os exercícios repetitivos ou o abandono sem a mágica do faz de conta.
Desta forma, o adulto responsável pela formação de crianças precisa conhecer seu potencial brincante, e a psicopedagogia, como uma das áreas formadoras de adultos educadores, necessita lhes oportunizar tal conhecimento e o exercício da várias possibilidades de brincar.
Nesse sentido, é possível considerarmos que, quanto às definições do brincar, percebe-se claramente que há preocupação em manter o aspecto de liberdade, de imaginação, de fantasia e do faz de conta, mobilizando sentimentos de alegria, empolgação e descontração “sem medo de ser feliz”.


REFERENCIAS:

FRIEDMANN, A. O papel do brincar na cultura contemporânea. Disponível em: http://www.nepsid.com.br/artigos/opapeldobrincart.htm, 1995. Acesso em 12 de maio 2005.

VISCA. Jorge. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.




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